(Texto de Asmiazelma)
Paragem original de tropeiros, Olhos D’água é um vilarejo goiano que encanta e aconchega pela sensação de tranquilidade, boa comida, artesanato, natureza e boa prosa. Mais de 60 artesãos mantém aceso o interesse na principal atração turística – a Feira do Troca – criada na década de 1970 pela educadora Laís Aderne para visibilizar a vasta produção do artesanato local, e driblar a cultura de subsistência. O escambo ainda é praticado no evento, que ocorre duas vezes ao ano (1º fim de semana de junho e dezembro), uma festa com muita música, barracas de alimentação e variada atração cultural. Esparramada no gramado da igreja Santo Antônio é possível encontrar na Feira do Troca boas peças em cerâmica, tecelagem, madeira, palha, tapeçaria, bordados, folha de bananeira, fitas, fibras e galhos do cerrado, retalhos, bucha, cabaça, bonecas de pano, doces, flores, e uma gostosa troca afetiva. Sem estresse. Com a ideia de fortificar aquela encruzilhada onde cargueiros de sal rumavam num vai e vém ao interior de Goiás, os fazendeiros Geminiano Queiroz e Juvenal Parente doaram terras à igreja, surgindo assim o povoado, ao fim da década de 1930. Com a BR-060 na rota ao Distrito Federal, a vila perdeu a sede do município para Alexânia, em 1958. Hoje é refúgio de artistas plásticos, mamulengueiros, poetas, professores, jornalistas, empresários, advogados, especialmente aposentados em busca de descanso e sossego, pés descalços e a simplicidade da vida. Próximo a Brasília (100 km), dispõe de boas pousadas, bares e restaurantes. Por aqui, o turismo social é antigo e forte, e há um saudável movimento em direção à criação de um Eco Distrito. “Lugarejo, como tantos outros, sem sequer uma fumacinha de importância no quadro do desenvolvimento nacional” como enunciou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Venha conferir!